Usem bem o tempo que lhes foi dado

FUNDAMENTO

Em uma entrevista inteiramente voltada para o Programa de Limite aos Desejos, Baba apontou algo surpreendente: que o tempo é a única coisa que todos no mundo têm à sua disposição em igual quantidade. Cada um tem justamente vinte e quatro horas por dia. Se parte disto é perdido, ele se vai para sempre e nunca pode ser recuperado.

Assim como precisamos saber de que maneira gastamos nossos suprimentos de dinheiro e comida, também precisamos ver claramente como usamos nosso tempo, a fim de determinar como o podemos estar gastando, quase sempre inconscientemente.

Existem certas atividades que têm de ser feitas diariamente. Por exemplo, aqueles que têm um emprego estarão ocupados com o trabalho que lhes é próprio em pelo menos oito das horas disponíveis. A maioria dos trabalhos têm uma rotina ou esquema definido que simplifica o processo de cálculo. Mas são os trabalhos indefinidos ou desestruturados, como as atividades de várias donas de casa e mães, que, por falta de organização, ocupam muitas das oportunidades e desperdiçam tempo. Mães precisam estruturar seu tempo em função do sono da criança e da sua rotina de alimentação, quando cuidam de um bebê, e do programa escolar, quando se trata de crianças mais velhas.

Muitas pessoas acharam que listando em um cronograma diário ou livro diário os períodos que elas poderiam mais facilmente executar certas tarefas, trariam ordem ao caos. Mas é essencial lembrar que isto é somente uma ferramenta de trabalho sujeita a modificações. Se for muito rígida, você poderá se sentir atrapalhado.

A maioria das pessoas está ciente de seu melhor horário, que é quando estão geralmente no máximo da energia e entusiasmo para realizar as tarefas. Algumas são pessoas noturnas, enquanto outras preferem o dia. É bom que esteja no seu melhor momento quando decidir-se a executar seus melhores trabalhos, os quais requerem que esteja alerta e que coloque os trabalhos menos expressivos nas horas restantes.

Também é importante ter em mente que o relaxamento é essencial para uma vida equilibrada. Mas é nesses horários de descanso que a maioria das pessoas tendem a ser dispersivas, caindo em várias atividades improdutivas, enquanto buscam por diversão e reposição de energias. Um exemplo típico é o hábito de muitas pessoas gastarem as noites em frente à televisão vendo qualquer coisa que apareça naquele momento. Baba sugere que a melhor maneira seria descansar ou meditar por uns momentos no final do dia, assim dispendendo a noite de alguma forma quieta e construtiva com toda a família.

Baba menciona o sono como uma possível perda de tempo, se é usado como fuga. Sono demasiado ou de menos deve ser evitado. Cada pessoa tem uma necessidade pessoal diferente, logo cada um deveria determinar a quantidade correta para si mesmo. Geralmente, a melhor maneira de regular o sono é tentar manter o mesmo número de horas cada noite. Isto requer que você esteja certo de não ser tentado a perder tempo em atividades desnecessárias e que atrasem a hora de dormir ou que se torne auto-indulgente a ponto de permitir que durma muito.

Baba repetidamente fala que a maioria das pessoas, inclusive muitos de seus devotos, estão propensos a gastar tempo em atividades ociosas e sem sentido e frequentemente ainda dizem que não têm tempo para serviço, meditação e outras práticas espirituais. Tais atividades, que são uma distração na perseguição do caminho para libertação, devem ser consideradas uma perda de tempo.

EXEMPLOS E EXERCÍCIOS

Abaixo estão relacionados alguns pontos a serem levados em consideração para ajudá-lo a determinar onde estaria perdendo tempo. Ao mesmo tempo em que estiver escrevendo em sua lista diária, compile uma lista de seu próprio tempo gasto e tente, assim, eliminá-lo um de cada vez:

a) Você controla a quantidade de tempo em que você e suas crianças veem televisão? Você elimina programas inadequados? Lembre-se, Baba nos diz que alimento inclui qualquer coisa que seja absorvida pela via de nossos sentidos.

b) Você seleciona com cuidado seu material de leitura e evita assuntos extra-estimulantes e polêmicos?

c) Você é viciado em ler as mais recentes revistas e jornais?

d) Você joga cartas ou outros jogos sociais por horas a fio?

e) Você se deixa levar por conversas desnecessárias, seja por telefone ou com visitas? Baba nos diz que a conversa desnecessária dispende grande quantidade de energia, além de tempo. O gasto de dinheiro está automaticamente inserido quando você alonga seus telefonemas além do limite necessário.

f) Você perde tempo se preocupando, sonhando, planejando ou remoendo seu destino em autopiedade, pesar, culpa, medo, raiva ou mexericos?

g) Você dorme como fuga de aborrecimento, ou para evitar um certo trabalho ou situação que você teme ou desgosta?

h) Você gasta muito tempo se arrumando em frente ao espelho, ou em compras intermináveis?

i) Você planeja antecipadamente a rota, quando dirige o carro para algum lugar, a fim de se assegurar de que escolheu a mais rápida e econômica, e combina várias finalidades de uma só vez?

Estas são algumas sugestões, mas você deverá ter as suas pessoais.

MEDITAÇÃO

Da mesma maneira que no caso do dinheiro, podemos pedir a Baba para nos mostrar onde gastamos tempo, mas precisamos de um rápido plano de como vamos levar o dia para ajudar a nos manter centrados. Você descobrirá que, se lembrar de tornar frequente o hábito de chamar Baba, isto o alertará a ver a tarefa que fizer como adoração. Então poderá pedi-lO para atuar através de você, de maneira que não seja você o realizador. Esta prática oferece o benefício adicional de permiti-lo relaxar-se, o que, por sua vez, significará menos tensão e, em consequência, menos tempo ou energia dispendidos. Outro benefício é que ela remove o aborrecimento, frustração e resistência.

Algumas vezes, deparamo-nos com tantas coisas para fazer que encontramos dificuldades em decidir a ordem em que devemos realizá-las. Se adquirir o hábito de chamar imediatamente Baba para ajudá-lo, invariavelmente um pensamento virá à sua mente, ou se encontrará fazendo alguma coisa que quebrará a indecisão paralisante.


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